Análises dos fragmentos encontrados do meteorito russo, já chamado Meteorito Chebarkul ou Chelyabinsk, pelo Laboratório de Meteoríticos em Moscou começaram a determinar sua indentidade.
O que se encontrou é que o Chebarkul é um meteorito do tipo Condrito ordinário, um dos tipos mais comuns de meteoritos, constituindo cerca de 80% das quedas de meteoritos em todo mundo. Meteoritos do tipo Condritos são basicamente rochosos porém o Chebarkul pertence a classe L ou LL que são condritos com o mais baixo teor de ferro ou outros metais. Esta classe de meteorito é muito primitiva, nunca constituiram um corpo de dimensões tais que permitiram que houvesse um derretimento do material em sua regiões internas, ou seja, nunca fizeram parte de um protoplaneta, apenas de pequenos asteróides.
A parte mais interessante, e importante do ponto de vista científico, deste meteorito é que e o Chebarkul é um condrito de breccias derretidas por choque. Breccia é uma rocha composta de fragmentos de minerais ou rochas cimentadas entre si por uma matriz de granulação fina, as breccias se formam quando fragmentos de antigas colisões violentas entre asteróides os arrebentam criando uma nuvem de "cacos" derretidos pelo impacto, que posteriormente voltam a se "aglutinar" em colisões de baixa velocidade.
Assim estes meteoritos nos informam sobre a dinâmica dos primeiros objetos que se formaram no sistema solar bem como sua composição e distribuição em relação a suas distâncias ao Sol. Isto auxilia entender como e onde os planetas de diferentes constituições se formaram ao longo desta nuvem de gás e poeira.
Os Condritos recebem este nome por possuirem Côndrulos, milimétricas esferas fundidas ou pariclamente fundidas que se formam no espaço antes de serem acrescidas (aglutinadas) à asteróides. A matriz de finos graãos onde eles estão agregados foi condensada diretamente da matéria da nebulosa primordial. Ou seja, os Côndrulos e sua matriz são amostras diretas e inalteradas da poeira mais primitiva do sistema solar.
Ainda os Côndrulos apresentam uma das maiores provas de que a nuvem primordial de nosso sistema solar foi enriquecida pelo material expelido por uma antiga Supernova em suas vizinhanças já que alguns côndrulos apresentam certos elementos químicos formados a partir do decaimento de outros elementos químicos radioativos cuja meia vida é curta em termos astrônomicos, ou seja, eles não podem ter viajado ou existido desde um tempo e distâncias muito longas até "contaminar" nosso sistema solar.
O impressionante Meteorito de Chebarkul é uma das provas mais robustas de que somos o produto do ciclo das estrelas, nós somos de fato poeira de estrelas !
Na imagem temos uma fatia de um dos fragmentos mostrando a matriz esbranquiçada (poeira primitiva) na qual é possível se observar círculos que nada mais são do que os côndrulos (cortados pela metade) nela embebidos. Ainda vemos fraturas que cruzam o fragmento, cada fratura é preenchida por um material derretido. Estas são as Breccias, "cacos" de outro(s) asteróides. Assim o Chebarkul é um meteorito formado por várias breccias condríticas independentes que foram "aglutinadas" a cerca de 4,6 bilhões de anos !
fontes:
- http://meteorites.ru/menu/
- http://www.lpi.usra.edu/
- http://www.meteorlab.com/
- http://www.astromia.com/
- http://
- http://iopscience.iop.org/
- http://haroldconnolly.com/
- http://ads.harvard.edu/
Vi na página Astroboletim. Curta: